Parte 4
do Antigo Testamento: 1920 – 1960

o Ressurgimento da Teologia do
Antigo Testamento
Karl Barth - Para ele a teologia devia ressaltar a revelação de Deus nas Escrituras e deixar de lado o historicismo. Contribuindo para que os teólogos fossem para as escrituras. A perca da fé no naturalismo evolucionário a reação contra a ideia de que se pode atingir a verdade histórica por meio da ciência pura.
Eduard König
Sua contribuição deu-se ao resgatar a natureza reveladora das Escrituras e relembrar o valor da teologia do Antigo Testamento para a teologia dogmática, o que renovou a ênfase teológica na teologia do Antigo Testamento.
No artigo publicado em 1929, Walther Eichrodt discordou do rompimento definitivo entre história e teologia. Defendeu a tese que há um conceito que unifica os vários aspectos da teologia do Antigo Testamento e este conceito é a aliança de Deus com Israel, que por sua vez seria auto revelada no NT em um novo pacto entre Deus e Cristo. Essas teses contribuíram para que a teologia do Antigo Testamento fosse projetada como mais que uma disciplina de fundamento histórico.
Também escolhe um único tema: “Deus é o Senhor que dirige”. Para ele essa é uma declaração fundamental para a teologia do Antigo Testamento. Pois, tudo deriva, depende e pode ser entendido a partir disso.
Nos anos que se seguiram à Primeira Guerra Mundial, surgiu um debate no meio acadêmico referente a questão do método a ser empregado para se fazer teologia bíblica. Tal discussão permanece conosco até o presente. Ela se relaciona com a questão se a Teologia do Antigo Testamento é puramente DESCRITIVA e HISTÓRICA ou se ela é uma construção NORMATIVA e TEOLÓGICA.
Na abordagem DESCRITIVA ou HISTÓRICA o pesquisador deve voltar sua atenção para a descrição “do que o texto queria dizer”, e não para “o que ele quer dizer hoje”, usando as distinções feitas por Stendahl. A Tarefa Descritiva é realizada pelo Teólogo Bíblico ou biblísta e se vale da exegese.
Na abordagem NORMATIVA ou TEOLÓGICA o pesquisador tenta traduzir o sentido do texto original para o presente. A tarefa de pesquisa é realizada pelo Hermeneuta e pelo Teólogo Sistemático utilizando a hermenêutica e as pressuposições Filosóficas e Histórico-Dogmáticas de seu tempo.
A tarefa de descobrir o que o texto “queria dizer” não está limitada apenas a pesquisa do contexto canônico. Implica em reconstruir historicamente o universo de pensamento do Antigo Testamento a partir do seu contexto sociocultural. Esta reconstrução entende que a Bíblia é condicionada pelo seu tempo e contexto. Sendo assim, o tempo e o lugar da Bíblia, seu ambiente sociocultural , seu contexto social e seu ambiente cultural entre outras nações e religiões se tornam a chave virtual exclusiva para entender seus sentidos e significados. A reconstrução é feita usando o método histórico-crítico, onde a Bíblia é interpretada como qualquer outro documento da Antiguidade.
O estudo da teologia Bíblica atualmente passa por uma evolução:
1) Desprendendo-se aos poucos do racionalismo, passa a valorizar a posição da história e do cânon;
2) Passa a valorizar as posições e pensamentos que surgem a partir do escritor bíblico.
3) A Teologia Bíblica que hoje tramita do existencialismo à história, centra-se na exegese do texto Sagrado, tendo que primar por uma integridade canônica, sem pretensões de ideologias somente humanas, mas sim priorizando o valor e a essência do texto bíblico e a teologia surgida a partir de sua exploração exegética.
O objeto da Teologia do Antigo Testamento é a compreensão de Deus, a auto-compreensão, a “atitude existencial” dos antigos hebreus, que são os autores dos textos do Antigo Testamento e, respectivamente, a reação das pessoas a quem esses textos foram dirigidos.
A exposição jamais deve ignorar a historicidade, isto é, o condicionamento histórico da noção de Deus e da autocompreensão que o homem tem de Deus, de si mesmo e de sua missão no mundo.
O fato histórico repercute para dentro do presente, até mesmo quando o presente tenta se emancipar do passado. Maior peso ainda possui a circunstância de que o observador atual também é condicionado historicamente em sua própria maneira de ver, ou seja, que ele é histórico.
Antigo Testamento Atua?
A Teologia Bíblica do Antigo Testamento traça o progresso da verdade através dos diversos livros do Antigo Testamento e descreve a maneira como cada escritor, em particular, apresentou as doutrinas mais importantes.
Busca-se uma realidade que induz e transcende a investigação e a discussão intelectual. Uma realidade que designa a presença de Javé. No sentido hebraico de “O Conhecimento de Deus”, a teologia não se refere a uma ciência objetiva de coisas divinas, mas do compromisso interno com a fé em Javé e de Sua participação na vida do Seu povo.
Seguindo este entendimento, a teologia do Antigo Testamento é mais uma disciplina normativa que uma disciplina meramente descritiva, pois implica experiência, compromisso e fé.
Antigo Testamento
A Existência de Deus
A Bíblia começa com a declaração de que no principio criou Deus os céu e a terra (Gênesis 1:1). Sua progressividade se da nesse pensamento. A bíblia afirma que o insensato no seu coração diz que não há Deus (Salmos 14:1a). Os profetas não acharam necessário argumentar a existência de Deus, mas afirmavam “Assim diz o Senhor”. Deus existe. Deus é. Este é o conceito que envolve seu nome na aparição a Moisés na sarça ardente e revela-lhe seu nome: Iavé.
Deus pode ser conhecido ou se faz conhecido? Fez conhecidos os seus caminhos a Moisés, e os seus feitos aos filhos de Israel. (Salmos 103:7). E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o SENHOR, não lhes fui perfeitamente conhecido.
E disse: Ouvi agora as minhas palavras; se entre vós houver profeta, eu, o SENHOR, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos falarei com ele. Não é assim com o meu servo Moisés que é fiel em toda a minha casa. Boca a boca falo com ele, claramente e não por enigmas; pois ele vê a semelhança do SENHOR; por que, pois, não tivestes temor de falar contra o meu servo, contra Moisés? (Números 12:6-8).
E dize-lhes: Assim diz o Senhor DEUS: No dia em que escolhi a Israel, levantei a minha mão para a descendência da casa de Jacó, e me dei a conhecer a eles na terra do Egito, e levantei a minha mão para eles, dizendo: Eu sou o SENHOR vosso Deus.
A premissa básica de todos os hagiógrafos do Antigo Testamento é que Deus pode ser conhecido.
Através de suas revelações aos homens satisfazendo uma necessidade íntima do homem, o seu ser religioso.
Ele se manifesta e se faz conhecido aos homens sensíveis que querem receber o conhecimento de sua pessoa e vontade.
A Bíblia é uma “revelação” divina. “Revelação é a verdade que nos veio de Deus” (C. J. Allen). É o ato de Deus mostrar-se, desnudar-se, manifestar-se ou dar-se a conhecer ao homem. Revelar é “tirar o véu” de algo (isto é, des–velar).
É um ato exclusivo de Deus, pois só Deus revela Deus (Deuteronômio 29:29; Hebreus 1:1,2). Deus é o autor, o assunto e o principal mensageiro da Revelação. Enfim, “Revelação é a manifestação pessoal de Deus às suas criaturas racionais” (J. I. Packer). Jesus em si mesmo representa o ápice da Revelação de Deus (João 1:1-18; Colossences 2:9; Hebreus 1:1,3).
O conhecimento no antigo testamento é bem diferente de nosso entendimento do termo.
Para nós esta relacionado a razão, análise, busca de ralação entre causa e feito.
No Antigo Testamento significa: Comunhão familiaridade íntima com alguém e com algo.
De todas as famílias da terra só a vós vos tenho conhecido; portanto eu vos punirei por todas as vossas iniquidades.
Vriezen diz que o Antigo Testamento faz do “Conhecimento de Deus” a primeira exigência da vida, mais jamais explica o significado.
A revelação não se baseia em alguma necessidade pessoal de Deus e sim na execução de um plano eterno.
É mais que um conhecimento intelectual. É uma comunhão com Deus e é também fé. É um conhecimento do coração que exige o amor do homem.
Sua exigência vital é que o homem aja de acordo com a vontade de Deus e ande humildemente nos caminhos do Senhor.
Gerhard von Rad entende que “o conhecimento de Deus” significa :
- Compromisso
- Confiança
- Obediência a vontade divina.
- Assim, conhecer Javé é ser obediente a ele;
- Ter um compromisso com ele;
- Não conhecer a Deus é rebelar-se contra ele;
- Negar o compromisso com ele.
O significado do termo em Oseias é ampliado para incluir a moralidade do israelita com indivíduo (Oseias 4:1-2).
O hebraico não possui uma palavra que signifique cérebro. A palavra mais comum usada em lugar de mente em hebraico é coração (1 Samuel 9:20 e Iasías 46:8).
- O Coração é considerado sede do intelecto
- Sede da vontade
- Sede das emoções
O hebraico antigo não supunha que as pessoas pensavam com a mente, sentiam com as emoções e tomavam as decisões com a vontade. Todas essas atividade eram desempenhadas pela pessoa como um todo.
“Conhecer a Deus” significa ter um conhecimento intelectual de quem ele era, ter um relacionamento pessoal e emocional com ele, ser obediente a sua aliança e mandamentos.
Não conhecer Deus no Antigo Testamento não significa necessariamente ignorância de Deus, às vezes significa falta de disposição para obedecê-lo
Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi? Respondeu Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos olhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. (Êxodo 3:13-14)
Na cultura judaica, o nome refere-se àquela parte que define a identidade, a natureza e a essência de cada ser. Para cada judeu, o nome é o seu chamado espiritual, um título que reflete seus traços particulares de caráter.
Curso de Teologia, Professor Uelinton Dias.
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