
A Primeira Perseguição da Igreja


Os seguidores na nova fé – cristãos – não tinham a intenção de fundar uma nova religião, criando um cisma dentro do judaísmo, mas os cristãos queriam mostrar que o Messias prometido era Jesus, e que havia uma convergência profética no Antigo Testamento que se cumpria na vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo.

Devido a esse entendimento cristão, os judeus que aguardavam um "Messias político", consideraram a nova fé como seita herética e sua propagação foi vista como uma ameaça, pois tentava os bons judeus a se tornarem hereges.
O zelo religioso aliado a inveja política, configurou o sentimento nacionalista e patriótico que se exacerbou diante da possibilidade de que esses novos hereges pudessem uma vez mais provocar a ira de Deus sobre Israel.


"Os judeus perseguiram os cristãos nos primeiros 60 anos da igreja cristã por crer que estavam seguindo a Deus com zelo"
Justo Gonzales, 1991, pg. 50
Judaísmo e Cristianismo


Gonzales. p.51 – At 18.2

O cristianismo logo teve seus primeiros conflitos com o Estado, e foi dentro desse ambiente que a nova fé teve de determinar seu relacionamento com a cultura que a cercava e também com as instituições políticas e sociais, que eram a expressão e o apoio dessa cultura.
Sobre a questão de como os primeiros cristão enfrentaram o desafio de uma cultura pagã, pouco sabemos, pois há uma enorme escassez de documentos, porém é possível conhecer um pouco da vida cotidiana e do culto cristão durante esses primeiros anos.
Percentual de Cristãos dentro do Império Romano (100-350 d.C):
Ano => Número de Cristãos => Porcentagem
100 -> 7.500 -> 0.0126
150 -> 41.000 -> 0.07
200 -> 220.000 -> 0.36
250 -> 1.170.000 -> 1.9
300 -> 6.300.000 -> 10.5
350 -> 34.000.000 -> 56.5
WRIGHT, David F. (1998). The Growth Of Christianity (nome do artigo). Christian History (revista especializada em História da Igreja), p.26.
Estas estimativas são baseadas num crescimento de 40% por década e corresponde, genericamente, às descobertas nos documentos da Igreja antiga.
1- A Força do Cristianismo:
1.1- O Cristianismo tornou-se uma religião significativa dentro do império romano.
2- A Má Fama dos Cristãos:
2.1- Os cristãos eram odiados pelos pagãos, considerados abomináveis e misantropos. Os cristãos não participavam das atividades habituais da sociedade de então – O teatro, o exército, as letras, os esportes, etc.. Porque existiam ligações estreitas com a cultura religiosa Pagã.
3- Acusação Imperial:
3.1- Os cristãos foram acusados do incêndio em Roma por Nero em 64 d.C.
4- Seguem Três Séculos de Perseguições:
4.1- "... Os cristãos foram acusados de incendiários, tudo parece indicar que logo
começou a haver perseguições pelo simples fato de serem cristãos – e por todas as supostas abominações que iam unidas a esse nome".
IMPERADOR => ANO => POLÍTICA => FATOS / ACONTECIMENTOS => MÁRTIRES
LEGENDA:
+ => Perseguição
<> => Neutro
* => Positivo
# => Importante
(+) => Bispo
<<---->> => Vazio
Tibério -> 14 - 37 -> <> -> <<----------------->> -> 35 - Estevão
Gaio (Calígula) -> 37 - 41 -> <> -> <<---------------->> -> 42 - Tiago
Cláudio -> 41 - 54 -> + <> -> 49 - Expulsão dos judeus de Roma -> 62 - Tiago
Nero -> 54 - 68 -> # + -> 64-68 - 1ª Perseguição oficial no Império começou em Roma depois do grande incêndio de Roma em 61 d.C -> Pedro / Paulo
Vespasiano -> 69 - 79 -> <> -> 70 - Destruição de Jerusalém -> <<------->>
Tito -> 79 - 81 -> <> -> <<------------------>> -> <<------------>>
Domiciano -> 81 - 96 -> + -> 95-96 - João exilado na ilha de Patmos e exílio de Domitila; Culto do Imperador. -> Flávio Clemente
IMPERADOR => ANO => POLÍTICA => FATOS / ACONTECIMENTOS => MÁRTIRES
Trajano -> 98 - 117 -> * + <> -> 112 - Carta de Plínio (Bitínia). Não procura os cristãos nem aceita acusações anônimas. -> 112 - Inácio (B) Antioquia.
Adriano -> 117 - 138 -> + <> -> Não procura os cristãos nem aceita acusações anônimas. -> <<------>>
Antonino -> 138 - 161 -> + <> -> <<----------->> -> Policarpo (B) Esmirna
Marco Aurélio 161 - 180 -> + -> 177 - Perseguição feroz na Gália (Lião e Viena). -> 165 - Justino; 177 - Fotino e Blandina
Cômodo -> 180 - 193 -> * -> Vários cristãos que foram condenados às minas na Sardinha foram soltos. -> <<------->>
Sétimo -> 193 - 211 -> + -> 202-206 - Decretou que era ilegal tornar-se judeu ou cristão; perseguição feroz no Egito. -> Leônidas, Perpétua e Felicidade.
Vários Imperadores -> 206 - 250 -> * -> Paz. A Igreja aumentou -> <<------->>
IMPERADOR => ANO => POLÍTICA => FATOS / ACONTECIMENTOS => MÁRTIRES
Décio -> # + -> 250-251 - Décio queria uma religião no império; requereu que todas tivessem um certificado de sacrifício (libelli); 1ª perseguição universal; problema dos caídos e sua reentrada na igreja. -> Fabiano (B) Roma, Orígenes
Valeriano -> 253 - 259 -> * + -> 253 - Diminuiu a perseguição deciana; mas em 257 proibiu reuniões cristãs nos cemitérios e, em 258, ordenou a execução dos cléricos. -> Sixto II (B) Roma, Cipriano (B) Cartago
Vários Imperadores -> 260 - 300 -> * -> Paz. A Igreja aumentou; O Imperador Galieno (260-269) revogou os decretos contra os cristãos, restaurou seus cemitérios e proibiu os maus tratos. -> <<----->>
Diocleciano -> 284 - 305 -> * + -> 303-305 - Perseguição final (incitada e continuada por Galériano); Edito ordenou a destruição dos prédios das igrejas e as cópias das Escrituras; os cristãos que entregavam as Escrituras eram "traidores". -> <<----->>
Galério -> 305 - 311 -> * + -> 306-311 - Perseguição até a promulgação do Edito de Tolerância. -> <<------>>
Constantino (e Licínio) -> 312 - 337 -> * -> 313 - Edito de Milão: Terminou a perseguição oficial do cristianismo no império. -> <<---------->>
Crueldade de Nero
"Além de matá-los (aos cristãos) fê-los servir de diversão para o público. Vestiu-os em peles de animais para que os cachorros os matassem a dentadas. Outros foram crucificados. E a outros lhes acendeu fogo ao cair da noite, para que a iluminassem.
Nero fez que se abrissem seus jardins para esta exibição, e no circo ele mesmo ofereceu um espetáculo, pois se misturava com as multidões, disfarçado de condutor de carruagem, ou dava voltas em sua carruagem.
Tudo isso fez com que se despertasse a misericórdia do povo, mesmo contra essas pessoas que mereciam castigo exemplar, pois se via que eles não eram destruídos para o bem público, mas para satisfazer a crueldade de uma única pessoa"
(Anais, 15:44)

A história revela uma cultura moralmente depravada no primeiro século. Um exemplo é a imoralidade sexual. "Há uma grande quantidade de palavras no idioma grego para as relações sexuais".
O adultério era frequente. Os homens procuravam meretrizes para o prazer físico. A homossexualidade entre jovens ou entre um homem maior e um menor era aceito abertamente. A prostituição nos templos fazia parte de alguns cultos religiosos.
Os bebês não desejados – mais frequentemente as mulheres – eram deixados sobre um buraco de lixo ou eram abandonadas em alguma parte retirada para que morressem. Podiam ser tomadas para serem usadas, vendidas como escravas ou podiam servir como prostitutas.
No século I d.C o matrimônio era por mútuo consentimento. A procriação de filhos era seu objetivo explícito. Os matrimônios eram registrados para que os filhos fossem legitimados. Os matrimônios eram monogâmicos em geral, o adultério era frequente. O divórcio requeria só uma notificação oral ou escrita.
O homem tinha um papel dominante na família. O escritor grego Apolodoro disse: "Temos cortesãs para o prazer, criadas para a atenção cotidiana do corpo, esposas para ter filhos legítimos e para serem guardiãs confiáveis das coisas na nossa casa".
Os filhos não eram considerados como parte da família até que o pai os reconhecesse. Podiam ser vendidos ou expulsos se não fossem reconhecidos.
À esta sociedade decadente os apóstolos trouxeram novas ideias acerca do valor do indivíduo e das relações familiares.
Na igreja primitiva o caráter dos cristãos era muito importante para poderem ser ouvidos e para ganhar convertidos enquanto ousadamente davam testemunho de sua nova fé.

Os filhos amados por seus pais deviam considerar-se como muito mais que ativos ou passivos econômicos.
Aos patrões cristãos foi dito que tratassem seus escravos com justiça e equidade e que os escravos cristãos sirvam seus senhores com devoção.
Aos cidadãos cristãos foi dito que respeitem a autoridade constituída e paguem seus impostos devidos.
Exorta contra a mentira, furto, palavras torpes e ira.
Estimula a adoção das virtudes da humildade, generosidade, alegria, oração, paz e etc...
As pessoas que denigrem o cristianismo como "opressivo" provavelmente não tem ideia de quanto ele elevou a dignidade das pessoas no mundo helenista (grego).
- Crescimento espiritual;
- Moralidade;
- Obediência;
- Pureza e Retidão;
- Justiça;
- Fidelidade;
- Honestidade;
- Integridade.
(Epístola a Diogneto – Séc. II d.C)



Ficamos livres para amar e servir.
"Senhor, sê nosso auxiliador e deixa-nos viver sob os teus cuidados. Salva os que sofrem tribulações. Conforta os abatidos. Perdoa-nos os nossos pecados e purifica-nos por Tua verdade. Endireita os nossos passos para que vivamos em pureza de coração e façamos o que é bom aos teus olhos"
Clemente, bispo de Roma - 1º século
Reflexão
"É necessário saber em que cremos, porque nossa crença determina a forma como vivemos". Robin Keeley
Como podemos realmente testemunhar a vitalidade do evangelho a partir de nossas próprias vidas?
Curso de Teologia, Professor Sebastião V. Gonçalves
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