DELL E LENOVO TENTAM COMPRAR A POSITIVO

Dell e Lenovo tentam comprar a

Positivo Informática

Tudo diz que as negociações para a aquisição da Positivo Informática avançaram. Olhando as últimas notícias, os executivos da americana Dell e da chinesa Lenovo estiveram na sede da companhia Positivo, que fica localizado em Curitiba. Esse é o primeiro passo para que uma oferta seja colocada na mesa. O interesse pela compra da Positivo é grande, segundo fontes ligadas às empresas. A Positivo contratou o banco USB Pactual para organizar e avaliar as propostas dos possíveis compradores. O banco USB é o mesmo que coordenou a abertura de capital da maior fabricante de computadores do País.

A Positivo atrai porque está barata. Na Bolsa, é avaliada em R$ 409 milhões, enquanto seu valor patrimonial é de R$ 478 milhões, segundo balanço do terceiro trimestre. Suas ações já caíram 89% desde o início do ano, uma das maiores quedas registradas em 2008. Procurados, a Dell informou que não comenta rumores de mercado e representantes da Lenovo não foram encontrados. O presidente da Positivo, Helio Rotenberg, afirmou que não há nada que justifique qualquer anúncio legal. "Não é que não tenhamos sido procurados desde que abrimos o capital, mas não há absolutamente nada concreto", ressaltou, em nota.

Quanto mais tempo passa as negociações menos a Positivo pode valer, isso porque a participação da Positivo no mercado está em queda desde o ano passado, em 2008. No segmento de notebooks, a Positivo saiu de 57% no segundo trimestre de 2007 para 21,4% no varejo no terceiro trimestre de 2008, segundo dados da consultoria IDC e da empresa. Nesse mesmo período as marcas populares como CCE, STI e Intelbras alavancaram nas vendas.

"A Positivo vale as fábricas, o market share e a rede de distribuição no varejo. Se ela não consegue manter o market share, vale menos", diz Alan Cardoso, analista da Corretora Ágora. "A Dell é quem levaria mais vantagem, pois tem marca e dinheiro para investir em pesquisa e desenvolvimento, o que a diferenciaria das outras empresas com as quais a Positivo disputa no varejo."

A aquisição da Positivo não será tão simples, pois se chegarem a fazer uma proposta formal, os interessados irão esbarrar em algumas cláusulas que tornariam a operação impraticável, pois o Estatuto Social da Positivo diz que quem comprar mais de 10 % das ações terá de considerar a maior cotação da Positivo nos 24 meses antes da oferta pública de aquisição de ações (OPA). Nesse caso, o pico foi de R$ 47,15 dez vezes mais do que ela vale hoje.

"Uma solução seria alterar o estatuto social, o que exigiria aprovação de dois terços dos acionistas, ou fechar o capital da companhia, o que implicaria no pagamento de prêmio aos minoritários", explica Cardoso.

A favorita para a compra da Positivo é a Dell, embora tenha iniciado um processo de venda de fábricas ao redor do mundo, optando por terceirizar a produção, a compra da Positivo significaria uma estreia definitiva no varejo brasileiro.

A participação da Dell nesse segmento é quase nula. A Positivo é líder no País com 23,3% das vendas no varejo, incluindo computadores de mesa e portáteis.

A Positivo é o maior fenômeno da informática do Brasil, mas engrena uma situação dramática. Sendo a competição mais apertada, as margens de lucro da Positivo caíram. Numa indústria que importa boa parte dos insumos, o dólar a R$ 2,50 só piora as perspectivas de continuar ganhando dinheiro. Para completar, as projeções para setor não são otimistas, já que esse é um mercado que depende de crédito para deslanchar.

Fontes:

O Estado de S.Paulo

Estadão

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